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Water Production Connections

Perfil do pesquisador: Fernando Húngaro Lemes Gonçalves

Por Cassie Sevigny

Fernando está afundado até os tornozelos em um riacho, com grandes pedras e árvores emaranhadas atrás dele.

O projeto Conexões entre Água e Produção Rural (CAP) investiga se e quais agricultores adaptam seus sistemas de produção quando experimentam variabilidade hídrica, quais adaptações eles fazem e se essas adaptações reduzem as perdas de renda quando ocorrem secas. A melhor compreensão desses feedbacks informará os esforços das agências governamentais e da sociedade civil para ajudar os agricultores a responder à escassez de água. O CAP contratou pouco menos de 50 estudantes universitários em Rondônia para auxiliar nas entrevistas com agricultores da região. Muitos dos alunos tinham família que cultivava ou administrava fazendas de gado na região e tinham grande interesse nos resultados do projeto. Os alunos entrevistaram famílias em três regiões de estudo dentro do estado: Ariquemes, Ouro Preto do Oeste e Rolim de Moura. Este perfil é baseado em uma entrevista com Fernando Húngaro Lemes Gonçalves, supervisor da área de Ariquemes.


Nascido e criado em Rondônia, Fernando adora aventura. Ele está cursando um mestrado em gestão na cidade de Porto Velho para aprender como ajudar pequenas empresas familiares a prosperar nas cidades brasileiras. O CAP deu a ele a chance de experienciar a pesquisa em primeira mão. Estudar famílias de agricultores em seu estado natal complementou sua preocupação com o sustento das famílias urbanas em todo o país.


A parte mais difícil do projeto, aos olhos de Fernando, foi manter os alunos entrevistadores motivados e entusiasmados com o projeto. Em Ariquemes, muitos dos fazendeiros residiam na cidade, havendo apenas administradores de fazenda contratados no local, isso se houvesse alguém. Isso dificultou o rastreamento dos proprietários para completar as entrevistas. Os alunos em Ariquemes se preocuparam com a baixa contagem de pesquisas e reclamaram do tempo imenso de viagens sem resultados. “Falamos com eles, acalmamos, dizemos que entendemos que é difícil quando as pessoas não estavam lá, e que a gente não esperava por isso. Isso é pesquisa”, explicou Fernando.


O CAP é importante para Fernando porque ele acha que brasileiros, pelo menos em Rondônia, não têm uma preocupação muito grande com o meio ambiente. “Quando as pessoas podiam se envolver, elas não se envolviam”, disse ele, “de maneiras políticas, sociais” ou de outra forma. Em parte, isso ocorre porque as famílias priorizam suas necessidades imediatas e alguns luxos - carros novos, TVs, móveis e eletrodomésticos mais bonitos - itens que as pessoas do ocidente industrializado têm. Enquanto a maioria das famílias tinha algum tipo de acesso à internet e computador, a maioria dos estudantes brasileiros nunca tinham visto um tablet antes. Fernando vê que as preocupações ambientais vêm em segundo lugar quando comparado com a possibilidade de elevar o padrão de vida para muitas famílias rurais. Em contraste, o CAP o inspirou, pois ele testemunhou “muitas pessoas engajadas em [...] algo em que acreditam”. A experiência lhe deu esperança para o futuro e um exemplo de pesquisa eficaz.


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